quarta-feira, 1 de julho de 2009

Aleatório

Eu me entrego
*************meu corpo
********************par
***********************te
-se

quando vislumbro o borrão
do brilho dos grãos de areia
da ferocidade da besta que se entrega
dos corpos certamente mais
uniformes
.

Na minha ausência
todo meu cuidado estético se revela
e se compromete
e inutilidades.
Existe o conforto
das unhas crescendo
dos cabelos caindo
dos vermes comendo meus músculos
que já não pulsam mais:

Permanecem restados nos ossos esfarelados e poeira de madeira enigmaticamente envolvidos pela terra.

E, na memória do sentimento morto
cabe o ataque involuntário
cabe o suicídio
cabe minha caveira dentro do armário.

Rafael Lemos, 07-05-'09.

Um comentário:

Ralph Wüf disse...

Bah, muito interessante esse poema! Não o tinha lido antes!

bjos. =*