o tédio não me toma enquanto sinto-me vivo
ele tamborilava o piano mudo tenso Bach
'spêri-ênçiash ou 'Amigo Blues'
mas me dôo, e isso já faz uns dias,
na iminÊncia da sua morte.
*********************estalam línguas
(e isso rejuvenesce).
A máquina contínua, pensando. Eu
tenho um pensamento em prosa
(ou seria ao contrário?):
"Mal sabia que havia acontecido. Mas havia. Ma Rainey pendurada no lustre e ele olhava, os gatos miando à sombra do corpo que valsava de leve no ar. Sabia sabia que havia esquecido de tomar os remédios e isso já quase acontecera umavez, dessa vez tinha acontecido. Chamou a polícia. Se entregou. as galinhas realmente esperavam que não precisassem dele, tentaram empurrrar o caso para qualquer outra ordem civil ou psiquiátrica, mas, no fim,levaram-no. A podreceu na prisão escrevendo livros de papel reciclável.
***
Rimbaud ria em sua cadeira confortável de veludo. "Velho detestável, esse Bach. Tem o que merece". em cada lado de sua cadeira, um Dylan Thomas o abanava com as mãos ainda com o suor de Ma rainey caindo pelos dedos. "Na pior das hipóteses, culpamos sempre os alquimistas".
Sua sombra desapareceu no corte da cena."
Rafael Lemos, 09-07-'09.
Cartum sobre a vaidade
Há 5 anos
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