quinta-feira, 9 de julho de 2009

Prova

o tédio não me toma enquanto sinto-me vivo

ele tamborilava o piano mudo tenso Bach

'spêri-ênçiash ou 'Amigo Blues'

mas me dôo, e isso já faz uns dias,
na iminÊncia da sua morte.

*********************estalam línguas
(e isso rejuvenesce).

A máquina contínua, pensando. Eu

tenho um pensamento em prosa

(ou seria ao contrário?):

"Mal sabia que havia acontecido. Mas havia. Ma Rainey pendurada no lustre e ele olhava, os gatos miando à sombra do corpo que valsava de leve no ar. Sabia sabia que havia esquecido de tomar os remédios e isso já quase acontecera umavez, dessa vez tinha acontecido. Chamou a polícia. Se entregou. as galinhas realmente esperavam que não precisassem dele, tentaram empurrrar o caso para qualquer outra ordem civil ou psiquiátrica, mas, no fim,levaram-no. A podreceu na prisão escrevendo livros de papel reciclável.
***
Rimbaud ria em sua cadeira confortável de veludo. "Velho detestável, esse Bach. Tem o que merece". em cada lado de sua cadeira, um Dylan Thomas o abanava com as mãos ainda com o suor de Ma rainey caindo pelos dedos. "Na pior das hipóteses, culpamos sempre os alquimistas".
Sua sombra desapareceu no corte da cena."

Rafael Lemos, 09-07-'09.

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