sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Facúndia!

O céu esse teto da minha cabeça é pesado,
tão ou mais que a chuva de chumbo, que é coincidentemente parecida
com a resistência dos meus olhos - o teto é esse céu que sobe a cabeça
o céu desse teto é a minha cabeça a cabeça do céu é um teto de chumbo
peças de chumbo são a mecanização, cor de chumbo é o concreto
concreto é o conceto da orquestra de chumbo no teto da minha cabeça que chove coincidências por aí
dicazes cunhãs despidas são as obras que saem de dentro das câmaras de prova da orquestra, dos provadores de fardão e fraque
é o que os violoncelos, tubas, trombones e tambores pregam em lamento
os violinos não lamentam, não, senhor.
Porque na metade de cima da América, colete marrom e camisa surrada, o preto toca o encordoado elétrico solo, é mais dele, porque vem de dentro dele, é real e existe dentro dele e sai assim, pra fora e assustado e logo, logo se acostuma, passa a entrar pra dentro dos outros.
Na metade do Sul, só é elétrico o velho trilho do trem, pioneirismos sem igual entre os vizinhos! e nos bancos passa rápido um velho boina azul, também marrom é o também colete, as calças é que talvez sejam mais largas. passa rápido, mais rápido que essas letras que passam uniformes, o cisma dessa vez é o bandoneon, que movimenta o braço, ar dentro-e-fora, ar dentro-e-fora, ar dentro-e-fora...já passou, já está longe.
No meio da América, o céu cai pesado de chuva, é mandinga, macumba, umbanda? ou batucada? ou embolada? com certeza não são os ritmos do Homo Europeus. Quem sabe os tais punks?


Rafael Lemos. 23-01-'09
don't worry about me.

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